Numas contas feitas por alto, os 10 anos em que estive em casa, que incluem o primeiro ano em exclusivo de dois dos meus filhos, dois anos da terceira e os restantes estando em casa disponível para eles, representam uma poupança de cerca de 95.200€. Este valor foi calculado tendo em conta o primeiro ano de creches, actividades nas férias da escola em todos os anos seguintes, transportes e alimentação caso eu trabalhasse fora, serviços domésticos que vão desde a limpeza da casa a pequenas reparações, menos idas a médicos e pediatras. Não adicionei a este valor oo benefício de ter amamentado- até relativamente tarde -, tendo por isso poupado em leite em fórmula cerca de 2500€. Este valor, quase cem mil euros, representa uma poupança mensal, dividindo pelos dez anos e pelos meus três filhos de 793,50€. Na altura, ganhava 950€. Pelas contas, devo à casa 157€, valor que no fundo valem todas as memórias que criei com eles, a forma equilibrada com que cresceram, a presença atenta de uma mãe, a disponibilidade, o colo, o mimo, as brincadeiras, os passeios. Parece-me uma pechincha.
A escolha de ficar em casa foi feita, na altura, não com esta clareza nem com todos os dados que podia ter para antecipar o quer que fosse mas apenas com a certeza de que estava a garantir o melhor para a nossa família, um esforço grande e infelizmente não muito calculado que envolveu abrir mão de outras oportunidades, mas com o olhar focado no que parecia ser mais importante naqueles anos: a presença, a dedicação e a estabilidade.
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